Por António Capitão e Lucas Cabitango
O Encontro Nacional da Mulher Empreendedora começa amanhã na cidade do Uíge, sob o lema "Valorizar a presença da mulher no cenário empresarial". A presidente da Associação das Mulheres Empreendedoras do Uíge, Georgina dos Anjos, disse durante uma conferência de imprensa, no auditório da Emissora Provincial do Uíge, que a representação local das mulheres empreendedoras vai levar a debate a situação das mulheres vendedoras do mercado informal.
"A associação tem acções de trabalho com as mulheres do mercado informal, porque são elas que precisam de mais ajuda, mais apoio e precisam de sair do negócio informal para o formal. Na província
existem poucas empresárias, por isso queremos puxar mais mulheres para este ramo", disse Georgina dos Anjos. A empresária revelou que na província existe muitas mulheres com iniciativa e coragem
para progredir no ramo empresarial.
A Federação Angolana da Mulher Empreendedora assinou um acordo com o Banco Sol no sentido de financiar pequenas iniciativas das mulheres através do programa "Microcrédito Sol", além de financiar
também grandes projectos empresariais idealizados por mulheres. O objectivo é melhorar a situação económica das mulheres no país.
"A Federação Angolana das Mulheres Empreendedoras tem feito tudo para que as nossas associadas sejam contempladas com o microcrédito. Foi assinado, no ano passado, um protocolo entre o Banco Sol
e a Federação das Mulheres Empreendedoras, para a concessão de financiamento às mulheres", disse.
Georgina dos Anjos acrescentou que o projecto já começou noutras províncias e, no Uíge, aguarda-se apenas a presença dos técnicos do Banco Sol, para o arranque do processo: "as vendedoras e
quitandeiras já receberam informações sobre as vantagens do financiamento e vão, nos próximos dias, frequentar seminários para estarem dotadas de conhecimentos sobre a gestão do crédito e dos
seus negócios".
A representante das mulheres empreendedoras no Uíge disse que, apesar do reduzido número de mulheres empresárias na província, foram criados núcleos de associações nos municípios, para que mais
quitandeiras estejam agrupadas e organizadas para beneficiarem de financiamento.
"Hoje muitas mulheres já não dependem apenas dos homens para sustentar as suas famílias. Há um grande envolvimento das mulheres no cenário empresarial e hoje já podemos ver nas nossas cidades
lanchonentes, lojas, boutiques, talhos e outras estruturas de negócios, cujas proprietárias são mulheres", referiu.
A presidente da Associação das Mulheres Empreendedoras do Uíge, Georgina dos Anjos, pediu maior abertura e desburocratização dos bancos no processo de concessão do microcrédito às mulheres de
negócios, tendo defendido a necessidade de ser ponderada a obrigação de hipotecas ou bancarização dos salários na atribuição do financiamento.
J.A